CAP recebeu workshop sobre silvicultura de eucalipto
Foi no dia 15 de Novembro que decorreu, na sede da CAP – Agricultores de Portugal em Lisboa, o workshop sobre “a importância da silvicultura na sanidade dos povoamentos de eucalipto”. O evento, que contou com José Rafael, da The Navigator Company, e Clara Araújo, da Altri Florestal, associados da BIOND – Associação das Bioindústrias de Base Florestal, integra-se num ciclo de workshops cujo objectivo é promover junto de produtores florestais “uma melhor compreensão de que as razões de muitos dos problemas sanitários que afetam os nossos principais sistemas de produção florestal se encontram frequentemente nas insuficiências da silvicultura praticada, e não tanto em causas externas alheias à gestão dos povoamentos, como tão generalizadamente se pensa”, afirma a CAP.
Carlos Vieira, director geral da CELPA, fez no início uma intervenção em que destacou a importância do Projecto Melhor Eucalipto na divulgação do conhecimento sobre boas práticas silvícolas que a indústria papeleira acumula há várias décadas junto de proprietários e produtores florestais. “Não é um exercício de cátedra, com distanciamento. Há uma grande proximidade com os interlocutores nas sessões de informação que temos levado a cabo”, afirmou, fazendo questão de lembrar os temas que têm sido abordados têm como objectivo o aumento de produtividade, algo que considera ser “de interesse colectivo melhorar”.
A apresentação de Clara Araújo, da ALTRI Florestal, falou sobre a presença do eucalipto em Portugal, sendo que os principais marcos desta presença foram o estabelecimento de uma estação experimental do sobreiro e eucalipto logo na década de 20 do século XX; a entrada em funcionamento da fábrica da Caima e, depois, a florestação nos anos 50.
João Soveral, da CAP, promotora do evento, lembrou que “é muito importante que se compreenda a necessidade das opções mais correctas logo na fase de instalação dos povoamentos”. Porque os erros feitos no início dão origem a más instalações, que se mantêm durante anos.
A mesma mensagem foi passada por José Rafael, da The Navigator Company, a propósito das necessidades nutricionais: “as necessidades nutricionais dos povoamentos devem ser garantidas nos primeiros anos. Uma correcta adubação é fundamental para a obtenção de povoamentos saudáveis, homogéneos e produtivos”, afirma.
José Rafael comparou as plantações de eucalipto com plantações agrícolas e sublinhou que se deve “adequar as melhores técnicas a cada situação”, sendo seguro que as técnicas se devem adequar ao tipo de solo.
Luís Bonifácio, do INIAV (Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária), foi um dos oradores do segundo painel, e falou sobre pragas e doenças, destacando dois factores fundamentais para evitar e combater pragas: a boa gestão silvícola e não deixar a madeira em parque. Sobre uma das principais pragas que atacam o eucalipto, o gorgulho, Luís Bonifácio falou sobre o combate biológico que tem sido feito pelas empresas papeleiras com o insecto Anaphes nitens e, também, da luta química, que não é perigosa para as abelhas, ao contrário do que por vezes é afirmado.
Já José Manuel Rodrigues, do ICNF, destacou as ameaças inerentes às alterações climáticas,
No final do workshop, Carlos Amaral Vieira fez questão de lembrar aos presentes o Prémio Floresta e Sustentabilidade, cujas categorias pretendem promover a qualidade da gestão florestai, sendo uma das suas categorias as Boas Práticas de Silvicultura. As candidaturas fecham a 15 de Dezembro, sendo que se destina a todas as fileiras florestais.