A Biond, em parceria com a Ascendum Máquinas, realizou uma formação intensiva de 40 horas para operadores de equipamentos florestais em Leiria, no âmbito do projeto “Advance Forest”. A iniciativa teve como objetivo capacitar operadores para lidar com as exigências técnicas e de sustentabilidade do setor, envolvendo parceiros fundamentais como a Navigator, Altri, ANEFA, Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), e instituições de ensino superior. Durante a sessão de encerramento, foi realizada uma apresentação à imprensa e foram entregues diplomas aos participantes. Aliança entre produtividade e sustentabilidade Na cerimónia de encerramento, Rui Faustino, Administrador da Ascendum Máquinas destacou a importância de aliar produtividade à sustentabilidade, mencionando que o crescimento do sector florestal deve ser sustentado pelo desenvolvimento de competências dos seus operadores. Segundo o responsável da Ascendum, o investimento em capacitação e formação prática é essencial para enfrentar os desafios e as necessidades futuras de um sector fundamental na economia portuguesa.
José Luís Carvalho, da Navigator Company, reforçou a importância da região de Leiria para o sector florestal e anunciou que o projeto “Advance Forest” terá continuidade. “Leiria rima com floresta, e este é o sítio certo para desenvolvermos competências que sustentem o sector,” afirmou. Capacitação e segurança: um investimento necessário Miguel Silveira, Administrador da Altri, relembrou a sua experiência de mais de 15 anos na indústria florestal e frisou a carência de operadores qualificados. “Aliar eficiência à segurança é um compromisso. Para isso, é fundamental que quem trabalha na floresta tenha formação em proteção e combate a incêndios,” disse Miguel Silveira, acrescentando que o projeto “Advance Forest” deve tornar-se sustentável e, idealmente, itinerante, para chegar a várias regiões do país.
A necessidade de investimentos tecnológicos foi outro ponto-chave abordado, com Gonçalo Almeida Simões, Diretor Geral da Biond, a enfatizar que a digitalização traz novas oportunidades ao sector e torna o trabalho mais atraente para as gerações mais jovens, combatendo a escassez de mão de obra. “A floresta representa 5% do PIB e 10% das exportações de Portugal,” sublinhou Almeida Simões, destacando a importância de apostar em tecnologia de ponta para fortalecer a competitividade do sector.
Ascendum e Ponsse: pioneiros na capacitação técnica Pedro Gaspar, Diretor Comercial da Ascendum Máquinas, salientou que a empresa, com 35 anos de experiência em formação, tem investido continuamente em simuladores de operação, permitindo aos formandos aprender em ambiente seguro, sem riscos para as máquinas ou para os próprios. Durante a formação, os operadores receberam instrução teórica em sala, complementada pela componente prática em simuladores Ponsse e depois em campo com máquinas da mesma marca, com foco na sustentabilidade e na segurança na operação de máquinas florestais. Pedro Gaspar revelou que a Ascendum irá reforçar os seus recursos formativos com a aquisição de mais dois simuladores e contratação de pessoal especializado.
O cubo mágico e a responsabilidade dos operadores Miguel Freitas, ex Secretário de Estado e Professor na Universidade do Algarve, utilizou a metáfora do “Cubo Mágico” para explicar a importância da precisão e rapidez no processamento de madeira, lembrando aos operadores que “a responsabilidade é maior porque estão a trabalhar para todos.” Esta mensagem reforçou o valor da formação contínua e a necessidade de profissionais conscientes do impacto do seu trabalho.
Investimento no futuro: PRR apoia formação com 10M€ Anabela Rodrigues, representante do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), destacou o apoio de 10 milhões de euros para a formação no sector florestal, com especial enfoque na prevenção de incêndios. Com uma verba total de 615 milhões de euros, o PRR tem dado suporte a iniciativas que capacitam o sector para responder aos desafios ambientais e económicos de Portugal.
Compromisso com o sector e expansão da formação O projeto “Advance Forest” já está na sua segunda edição e pretende criar uma “Advance Forest School”, expandindo a oferta de formação técnica e prática para operadores de máquinas florestais. Equipados com a tecnologia de ponta dos veículos Ponsse e liderados por formadores experientes, os participantes adquiriram conhecimentos práticos e teóricos que os habilitam a enfrentar os desafios do sector. A Ascendum e a Biond reiteraram o compromisso de continuar com o projeto, reforçando a importância do apoio financeiro e moral das entidades parceiras.
O sector florestal, responsável por uma parte significativa do PIB nacional e das exportações, enfrenta o desafio da escassez de mão de obra qualificada. Iniciativas como o “Advance Forest” mostram-se essenciais para assegurar a sustentabilidade e competitividade de uma área que, como relembrou Miguel Silveira, “não pára, independentemente de crises ou pandemias.” A formação e capacitação contínuas são, assim, fundamentais para que Portugal possa competir globalmente e proteger o seu recurso mais valioso: a floresta.
A formação culminou com uma cerimónia de entrega de diplomas, celebrando o sucesso dos operadores que concluíram a formação e dos parceiros que tornaram possível o projeto “Advance Forest”.
