“Na Idade Média tomava-se pouco banho. Consta que toda a família tomava banho na mesma tina de água, começando pelo chefe de família. Os últimos eram os bebés, para quem sobrava uma água tão suja e turva que não se conseguia distinguir o bebé da água. Temia-se, pois, que, ao vazar a tina, o bebé pudesse ir com a água do banho.
A política florestal da União Europeia formalmente não existe, pois a floresta não está incluída nos tratados da UE. Compete, por isso, aos Estados Membros, no respeito pelo princípio da subsidiariedade, decidirem nesta matéria. No entanto, por muitas portas travessas, e nem sempre com a devida transparência (qual água em que muitos já tomaram banho), a União Europeia tem vindo a construir um enorme, intrincado e burocrático edifício normativo em matéria de “política para-florestal”, que condena à efetiva marginalidade a ação de cada Estado Membro. Quando dermos por isso, a possibilidade de termos uma política florestal adequada às nossas condições naturais (elas próprias em mudança) e às nossas necessidades (sociais, territoriais, ambientais e económicas) já terá sido deitada fora com a água do banho.”